Artigo Científico: Gravidez vs Aborto
Introdução:
Partindo do tema geral gravidez/aborto e contracepção, elaboramos uma entrevista para aplicar directamente a um profissional de medicina da área de ginecologia.
A ausência do planeamento familiar ou má interpretação do mesmo, poderá levar a uma utilização incorrecta dos métodos contraceptivos. Por convenção, métodos contraceptivos são formas de evitar a gravidez. Actualmente, existem vários métodos contraceptivos que permitem aos casais planear o nascimento dos filhos. A utilização dos mesmos implica uma tomada de consciência sobre a responsabilidade do casal e o respeito pela vida. Por isso, tanto o homem como a mulher têm responsabilidade na escolha dos métodos contraceptivos que irão aplicar. Uma informação cuidada sobre estes, com o conhecimento das vantagens e desvantagens de cada um, é essencial para a escolha do casal face à sua situação.
Focamos também o facto de o aborto ou interrupção da gravidez (remoção ou expulsão prematura de um embrião ou feto do útero, resultando na sua morte ou sendo por esta causada, podendo ocorrer de forma espontânea ou voluntária), não ser um método contraceptivo, contrariamente ao que muita gente pensa.
Assim, com base na entrevista e apenas com os dados obtidos, sem darmos “receitas”, pretendemos chamar a atenção de todos para a problemática, do planeamento familiar e a utilização adequada dos métodos contraceptivos (tendo por base os dados do CHAA – Guimarães).
Metodologia:
Para a resolução deste trabalho, para além das pesquisas na Internet e no manual escolar, tivemos também que contactar um dos médicos do Centro Hospitalar do Alto Ave, EP, em Guimarães, para que este nos pudesse responder a algumas perguntas. Tal, só foi possível no domingo, dia 8 de Novembro de 2009, e por telefone. Ainda assim conseguimos reunir toda a informação necessária para a realização deste relatório científico. Desde já fica o nosso agradecimento ao Dr. Pedro Vieira de Castro, a sua disponibilidade e preciosa ajuda.
Resultados:
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Quais as principais causas de infertilidade?
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+/- 30 % causas masculinas. Principalmente por baixa ou inexistente produção de espermatozóides. |
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+/- 30 % causas femininas. Mais comummente por mau funcionamento ou obstrução das trompas de Falópio. |
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+/- 40 % causas mistas. |
Tab. 1 – Principais causas de infertilidade
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Qual o método contraceptivo mais utilizado/requisitado pelas mulheres que não querem ter mais filhos?
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Laqueação - quando não tem dúvidas |
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Outros – quando não tem a certeza daquilo que quer. |
Tab. 2 – Métodos mas utilizado pelas mulheres que não querem ter mais filhos
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Como é efectuada a laqueação?
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Nó – passa-se um fio na trompa para impedir a passagem dos oócitos. |
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Corte – é o processo mais usado, ainda que irreversível. Faz-se uma electrocoagulação (para não sangrar) e depois cortam-se/seccionam-se as trompas. |
Tab. 3 – Processo de laqueação
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Técnicas de Ecografia na Gravidez
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Ecografia Abdominal – utiliza-se em qualquer altura da gravidez. |
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Ecografia Vaginal – só se utiliza nas fases iniciais, quando o feto ainda é pequeno. |
Tab. 4 – Técnicas de Ecografia
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Técnicas para detecção de problemas na gravidez
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Rastreio Combinado – até ao final do 1º trimestre. Faz-se uma ecografia e uma análise bioquímica. Enviam-se os valores para o Centro de Genética, que calcula o risco de anomalias. Se for pequeno tudo bem, se houver um grande risco faz-se uma amniocentese (tirar um pouco do âmnio) e define-se o cariótipo, esperando que seja o de um menino/a perfeito/a. |
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Biopsia do Córion – faz-se uma biopsia à placenta. Utiliza-se no princípio da gravidez. |
Tab. 5 - Técnicas para detecção de problemas na gravidez
Geralmente, as mulheres grávidas vão sós ou acompanhadas com os companheiros às consultas?
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Normalmente, em +/- 70 % dos casos, e a nível de consulta, as mulheres fazem-se acompanhar dos companheiros, pois inclusive, eles gostam de assistir às ecografias. |
Tab. 6 – Como vão as mulheres às consultas?
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Quais as maiores preocupações que surgem numa adolescente grávida?
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Gravidez bem sucedida. |
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Têm sempre muitas dúvidas, dependendo do grau de consciencialização. |
Tab. 7 – Preocupações das adolescentes grávidas
Nota: Normalmente vão às consultas com a mãe, tendo sempre esta, mais preocupações do que a filha.
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Nº de abortos por mês (em média) |
Nº de abortos por ano (em média) |
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Aborto espontâneo |
+/- 20 |
+/- 240 |
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Interrupção voluntária da gravidez |
+/- 30 |
+/- 360 |
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Total |
+/- 50 |
+/- 600 |
Tab. 8 – Nº de abortos ocorridos no hospital de Guimarães
Nota: A idade das utentes que abortam varia entre os 16 e os 30 anos, sendo mais comum entre os 20 e os 30 anos.
As mulheres que abortam são pressionadas a fazê-lo?
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Algumas são pressionadas a fazê-lo, devido a complicações ou riscos que possam prejudicar a sua saúde ou a do feto. |
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Outras fazem-no por iniciativa própria. Ou porque têm uma vida familiar complicada, ou porque já têm filhos em nº suficiente. |
Tab. 9 – Pressão que há sobre as mulheres que abortam
Nota: As adolescentes são mais pressionadas a fazê-lo.
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É frequente aborto causado por violação?
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Não é muito comum. Pelo menos nesta zona, é relativamente pouco frequente. |
Tab. 10 – Aborto por violação
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Todos os médicos aceitam ou não obrigados a fazer abortos? |
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Não. |
Podem aceitar. |
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Podem não aceitar. Se assim acontecer, são obrigados a assinar um termo de objector de consciência. A maior percentagem de médicos diz não ao aborto. |
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Tab. 11 – Obrigações dos médicos
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Que cuidados deve ter uma mulher após fazer um aborto?
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Se for uma interrupção voluntária da gravidez, a mulher deve passar a utilizar um método contraceptivo mais eficaz. |
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Se for um aborto espontâneo, a mulher deve evitar a gravidez durante 2 a 3 meses, excepto se o aborto tenha sido causado por doença. |
Tab. 12 – Cuidados que a mulher deve ter após o aborto
Discussão de Resultados: Quanto à percentagem de adolescentes grávidas, e em todas as outras questões que envolviam números concretos, não foi possível obter a autorização da direcção do Centro Hospitalar do Alto Ave, EP, para a cedência destes dados, em tempo útil para os podermos trabalhar. Daí que as respostas que nos foram fornecidas apenas sejam estimativas resultantes da experiência diária do Dr. Pedro. Em relação a perguntas que fizemos sobre a infertilidade ou métodos de a contrariar, só as fizemos porque queríamos esclarecer e confirmar algumas informações que já tínhamos. Conclusão: Tendo em vista os resultados que obtivemos, por exemplo o nº de abortos por ano, podemos concluir que muitas pessoas consideram o aborto como um método contraceptivo, o que está completamente errado. Pois a definição de método contraceptivo é evitar a gravidez, e não destruição de algo já criado. Outros olham para o aborto como uma forma de apagar um erro mal calculado. Em suma, o planeamento familiar deve ser um acto reflectido. Ter um filho implica a responsabilização de lhe facultar um ambiente com condições propícias a um desenvolvimento físico e psíquico saudável. Uma gravidez não desejada pode, em certas condições trazer problemas de difícil resolução. Cabe, portanto, a cada casal definir o número de filhos que deseja ter, e o intervalo de tempo de cada um deles, tendo em conta a situação do casal, da família e da sociedade, antes de executar qualquer acto irresponsavelmente. Seguindo o nosso lema e slogan: Referência Bibliográfica: Sites: Livros:“Não queres ter, não faças!
Queres fazer e não ter, cuida-te!”